“A canção da criança”, quando a memória fala mais alto

mulher africana e bebeQuando uma mulher de certa tribo da África, sabe que esta grávida, segue para selva com outras mulheres, e juntas rezam e meditam até que aparece ” A canção da criança”

Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam sua canção.

Logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe cantam sua canção.

Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta .

Quando chega o momento de seu casamento, a pessoa escuta sua canção.

Finalmente, quando a sua alma esta para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se, e igual como em seu nascimento, cantam sua canção para acompanha-lo na “viagem”

Nesta tribo da África,
Tem outra ocasião na qual os homens cantam a canção.
Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, o levam até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor.
Então lhe cantam sua canção.

“A tribo reconhece que a correção para as condutas anti-sociais não é o castigo;
É o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade.

Quando reconhecemos nossa própria canção, já não temos desejo nem necessidade de prejudicar ninguém”
“Teus amigos conhecem a “tua canção”
E a cantam quando a esqueces

Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes, ou as escuras imagens que mostras aos demais.
Eles recordem tua beleza quanto te sentes feio;
Tua totalidade quando estas quebrado;
Tua inocência quando te sentes culpado;
E teu propósito quando estas confuso.

Tolba Phanem

Fotografias de baleia jubarte

Sabe quando seu filho faz um desenho que na primeira olhada deixa você ainda na dúvida: “Hum, o que bem será isso?” Uns rabiscos, algumas cores; fino, grosso, pontinhos.
“O que é isso filho?
– É uma baleia jubarte, papai…
Nossa!”
Talvez sejam seus olhos, não o desenho dele; talvez seja apenas o ponto de vista, literalmente.
Muitas vezes nossos olhos de adultos desacostumam a ver o mundo real, como ele é, e ficam fantasiando perfeições que só existem dentro de nossas cabeças fechadas.
a terra vista do ceu - yann arthus-bertrandQuarta-feira a noite, quase chuva, eu passava pelas ruas ao lado do Parque Trianon (R. Peixoto Gomide). Com passo apertado, eu só queria chegar, mas fui impelido a parar, olhar e ver a exposição “A Terra Vista do Céu” (Yann Arthus-Bertrand), que acabara de ser instalada ali.
Enxeram-me os olhos adultos diversas telas com as mais plásticas e coloridas imagens (fotografias), de um ângulo muito privilegiado e desconhecido (o céu).
“O que será isso?”, pensei. O que o meu criador de baleias jubarte diria que é isso?”
Um viaduto transfigurava-se num elástico trançado gigante quando visto de cima. Uma plantação de tulipas enfileiradas em cores parecia um tapete fofo de lã quando observado sob a visão das águias. E, do alto, mulheres carregando tachos de água nas areias do deserto formavam uma silhueta instigante e verdadeiramente surpreendente. Um atol circundado das águas azuis ficava ainda mais semelhante ao paraíso quando sacada a foto de cima dos ventos.
Mesmo não sendo nada mais, nada menos, que a realidade, fez-me mudar o ângulo – e isso mudou tudo!
Que tal olhar o “desenho” do filho por um outro ângulo e extrair dele a poesia que ele verdadeiramente traz? Pode ser que a linha de visada dos seus olhos não estejam à altura real do desenho dele.
De qualquer modo, vale muito a pena levar o seu filho para conhecer a exposição (gratuita) no vão do MASP e nas grades do Parque Trianon, até 15 de dezembro de 2013.
Abraço, Edson

Quando sua mãe diz que é gorda. Ou quando a gente, mesmo, diz isso.

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Nós, mulheres. Sempre nos cobrando, sempre nos culpando. Quando nos tornamos mães, potencializamos nossa capacidade de autocrítica. Queremos ser perfeitas, mas qual é a medida certa do ‘ser perfeito’?

E porque precisamos ter corpos perfeitos para sermos incrivelmente felizes?

“Hoje eu entendo o que é crescer em uma sociedade que diz para as mulheres que a beleza delas é o que mais importa, e, ao mesmo tempo, define padrões estéticos absoluta e eternamente fora de alcance. Eu também entendo a dor que é internalizar essas mensagens. (…) Mas essa maluquice precisa acabar, mãe.  Acaba com você, acaba comigo. Acaba agora. Merecemos mais – mais que ter dias horríveis por pensamentos ligados a nossa péssima forma física, desejando que ela fosse diferente. E não é mais só sobre você e eu. É também sobre a Violet. Sua neta tem apenas 3 anos e eu não quero que esse ódio ao corpo tome conta dela e estrangule sua felicidade, sua confiança, seu potencial. Eu não quero que ela acredite que a aparência é o maior ativo que ela possui, e que vai definir o valor dela no mundo. Quando a Violet nos olha para aprender a ser uma mulher, precisamos ser os melhores modelos que pudermos. Precisamos mostrar para ela, com palavras e com as nossas ações, que as mulheres são boas o suficiente exatamente como são. E para ela acreditar, nós precisamos acreditar primeiro.”

quando sua mãe diz que é gorda. ou quando nós, mesmas, dizemos isso.Já pensou sobre isso? Sobre o quanto transmitimos essa mensagem dura às nossas crianças? Pronta pra se rever? Veja a íntegra do texto ótimo e contundente “Quando sua mãe diz que é gorda” de Kasey Edwards, publicado pelo pessoal bacana do Cinese. 

Como criar crianças felizes?

criancafelizQue nossos filhos sejam felizes. Esse é o desejo de todos os pais e mães, sem exceção. Mas o que fazer para que eles sejam realmente felizes?

Em primeiro lugar amor e carinho. E em segundo lugar, a capacidade do adulto de administrar seu estresse.

“Praticar técnicas de relaxamento e esportes e investir na própria psicoterapia favorece a capacidade de entender melhor o que sentimos e as chances de cuidar bem de crianças”.

É o que diz um dos artigos publicados pela Biblioteca Mente e Cérebro, que traz as revelações da ciência sobre o que funciona na hora de tomar decisões sobre educação.

Também estão na lista das 10 maneiras de criar filhos felizes:

  • mostrar para os filhos a importância de manter relações afetivas verdadeiras, como viver um casamento saudável, por exemplo
  • incentivar autonomia da criança
  • valorizar a curiosidade dos filhos e a disposição de aprender
  • conversar com as crianças, especialmente nos momentos em que vivem temas delicados
  • proporcionar um estilo de vida saudável

“A criança não separa os processos cognitivos dos sentimentos. O estímulo da capacidade intelectual precisa do contato emocional.”

Além do Volume 3 da coleção Mente e Cérebro, que fala sobre Crianças Felizes, também estão ótimos os volumes sobre Criatividade e sobre Aprender Mais e Melhor. Eu tenho comprado e estou adorando a leitura.

coleção mente e cérebro

A difícil tarefa de usar bem o dinheiro

moedinhasA gente pode ajudar nossos pequenos a ter uma boa relação com o dinheiro. Porque quando a gente pensa em dinheiro + criança a gente pensa em?? cofrinho! Pois é, mas dinheiro não é só pra guardar. Dinheiro pode ser (bem) usado e pra isso a gente precisa aprender a ter controle (ok, isso vale super pros adultos também!). 

Minha primeira experiência de dinheiro com meu filho foi o cofrinho. Contei essa experiência em “As economias do pequeno pra conquistar seu brinquedo”.  Mas de novo surgiu a conversa sobre dinheiro e caiu uma baita ficha: dinheiro não é só para guardar. A gente tem que poder usar também. E o que a gente ‘ensina’ se toda moeda que ela ganha é pra guardar?

Então começamos uma prática nova. Todo sábado entregamos 4 moedas pro Vicente usar (4 porque é a idade dele, é só adaptar). Fizemos uma mesa pra ajustar algumas coisas:

  • O cofre continua existindo, mas ele precisa ter uma meta (alcançável pra uma criança) porque guardar dinheiro tem que ter um sentido; o guardar por guardar não ensina muito
  • O cofre é para algum ‘uso’ especial do dinheiro e ele é aberto quando a criança tem o dinheiro suficiente praquilo que ela estipulou como meta
  • Todas as moedas que ele ganhar dos avós, dos tios e tal ele decidiu colocar no cofre (achamos que ele já tem autonomia pra isso)
  • As moedinhas do sábado são pra ele usar durante a semana, com as coisas que ele deseja (revistinha, sorvete, carrinho)
  • Elas ficam num saquinho ou numa carteirinha diferente do cofre –  no nosso caso, um moedeiro do Projeto Tamar
  • E ele combinou que se sobrar ele pode por no cofre ou juntar com as da próxima semana pra conquistar o que ele pretende e não cabe nos R$4,00

Primeiro que isso deu uma dimensão nova do dinheiro. Ele percebeu o que é caro e o que é barato, ali, no contexto dele.(‘É melhor comprar kinderovo no supermercado do que na padaria porque cabe no dindin da semana’ ou  ‘tem revistinha de dois preços’). E a primeira compra foi: uma pasta de dentes dos transformers. Eu tive que me controlar porque ‘pasta de dente a mamãe compra’ – mas ele queria sentir a sensação de usar seu próprio dinheiro. Ok, me recolhi e deixei ele decidir, afinal era pra ele poder decidir que a gente tinha dado o dinheiro (heheh). E outro aprendizado super importante: eu gasto o que eu tenho. Nesse mundo louco de (ilusão de) crédito fácil acho que essa será uma lição importante.

O Vicente também ficou mais curioso pelo cofre. Toda semana contamos com ele quanto dinheiro tem no cofre e ele passou a ter o ‘controle’ disso (controle = conhecimento). Como diz a Gladys, nossa mediadora, ele passou a ter uma ideia financeira.

Importante: usamos moedas de R$1,00 porque nessa idade as crianças ainda estão construindo a relação número-quantidade e isso ajuda o entendimento deles.

E NADA de assaltar o cofre ou o moedeiro dos filhos de vez em quando!! Mesmo que eles concordem, eles não entendem bem isso de tira, repõe, não-repõe. E o que a gente ‘conta’ pra eles e que nossa vida financeira não está organizada.

:o)

Aprenda a ler os rótulos dos alimentos

Compreender as informações dos rótulos dos alimentos é essencial para não levar gato por lebre na hora de comprar. A gente fica achando que está se alimentando bem, comendo uma comida mais natural e na verdade está comendo mesmo muito açúcar, sódio, gordura saturada…

Consciência é tudo!

Tem um post muito esclarecedor sobre isso lá no Comer para Crescer: As novas mentiras escondidas nos rótulos dos alimentos.

O site The Daily Green publicou uma matéria sensacional sobre os rótulos dos alimentos e o marketing por trás deles, que nos fazem comprar errado – ou se iludir com a comida. Fiz aqui um resumo/adaptação dos nove itens citados por eles para melhorar a qualidade das nossas compras – e fazê-las sem ilusões…

Alimentos integrais

Cuidado com produtos que possuem apenas um mínimo de cereais inteiros (não refinados) para ganhar o nome de Integral. Alguns realmente não são feitos apenas com eles, como é o caso do pão, que precisa da farinha integral e da farinha refinada em sua composição (mas que mesmo assim vale mais a pena do que a versão tradicional, já que possui mais fibras). Procure os ingredientes no rótulo do produto. A ordem em que eles são colocados é importante: o primeiro ingrediente é o que aparece em maior quantidade na receita, o segundo aparece um pouco menos… Então, se os cereais integrais estiverem entre os últimos ingredientes, desconfie e troque de marca.

Ingredientes

A ordem em que eles aparecem, como escrevi acima, ajuda a desvendar as quantidades. Ainda assim, atenção. A farinha enriquecida pode ser o primeiro ingrediente de um bolo– o que significaria que ela é o principal na receita. Aí você nota que no resto da lista tem frutose, xarope de milho, melado, maltodextrina, dextrose… todos nomes diferentes para a mesma coisa: açúcar! Somando tudo, descobre que o açúcar, no fim das contas, é o principal ingrediente.

Porções

Quem faz dieta já se acostumou com isso: para saber as calorias de um alimento, você vai na tabela de “informações nutricionais” que mostra as quantidades dela e dos nutrientes em uma determinada porção do alimento. O problema está justamente no tamanho dessa porção. E nos números que enganam o nosso cérebro. Exemplo: a pipoca de microondas natural da Yoki possui 99 kilocalorias, 13 gramas de carboidratos, 4,5 gramas de gorduras – quantidades bem aceitáveis – em 25 gramas do produto, o equivalente a mais ou menos uma xícara de pipoca. Agora, quem come apenas uma xícara de pipoca? Para se ter uma ideia, o pacote inteiro (que uma pessoa sozinha come facilmente), tem 100 gramas. Então, multiplique todos aqueles números lá de cima por 4 e você vai entender o que eu quis dizer com “enganar o cérebro”…

Omega 3
Ele é um ácido graxo poliinsaturado que ajuda na saúde do coração e no desenvolvimento do sistema nervoso das crianças. Mas não se esqueça: um ovo enriquecido com Omega 3 continua sendo um ovo com colesterol. Não abuse de um alimento apenas porque ele tem um ingrediente considerado saudável.

Fruta de verdade

Você vê aquelas embalagens com fotos de frutas fresquinhas, ainda molhadas, quase dá para sentir o cheiro. Lê na caixa que é um produto natural e pronto, seu cérebro (ele de novo!) começa a achar que aquilo é o máximo, quase um produto da fazenda que acabou de chegar para sua mesa. Máximo é o ótimo fotógrafo que fez a foto e a agência de publicidade que bolou o resto. Se você prestar atenção ao rótulo, vai ver que além da tal fruta de verdade, superhiper concentrada (e dá-lhe frutose), também terá aroma artificial da tal fruta, corante artificial para dar mais cor, e um monte de açúcar. Então, se quiser fruta de verdade, coma fruta. E se quiser açúcar, coma doce. Mas não se iluda.

Gordura Trans

São vários os produtos que apresentam o selinho “livre de gordura Trans”. Ótimo. Mas continue olhando para os outros ingredientes e nutrientes. Segundo o artigo do The Daily Green, muitos fabricantes simplesmente passaram a chamar a gordura trans de gordura saturada.

Free Range Eggs

Seria o equivalente ao nosso ovo caipira, botado por uma galinha livre, que vive ao sol, indo e vindo conforme sua vontade, e que por isso mesmo daria ao mundo ovos mais naturais e gostosos. O problema é que nem sempre a palavra caipira no rótulo significa uma galinha livre. Ás vezes a coitadinha só tem direito a algumas horas de sol, talvez minutos, nunca dá para saber quanto…

Fibras
São muitos os produtos que dizem conter fibras hoje em dia. Mas o que eles realmente possuem são fibras “pós purificadas”, chamadas inulina, polidextrose e maltodextrina. E, até agora, essas fibras artificiais não parecem ajudar a reduzir o colesterol do sangue ou ter outros benefícios que as fibras naturais têm.Se quiser fibras, coma frutas, legumes, cereais integrais.

Comida não é remédio

Um produto não pode ter em sua embalagem a frase “ajuda a reduzir o risco de doença cardíaca” mas pode ter “ajuda a manter um coração saudável”. O que engana novamente o cérebro das pessoas que acreditam que comer aquele alimento pode curá-las de qualquer coisa. Comida é comida, remédio é remédio.

Muito Além do Peso

Está em cartaz o filme Muito Além do Peso, um documentário que traz à tona esse assunto complexo que é a obesidade infantil. O dado de que 33% das criança brasileiras estão obesas ou com sobrepeso é assustador.
Uma junção de fatores, como livre acesso à alimentos industrializados, calóricos e pobres em vitaminas, os hábitos sedentários, a falta de informação, e a crença de que criança rechonchuda é criança saudável (é, muita gente ainda acredita nisso…) tem levado cada vez mais crianças ao sobrepeso e à doenças que antes estavam restritas aos adultos (como pressão alta e diabetes tipo 2).

Vejam o trailer do filme. Ainda está em cartaz!!!


Segue abaixo a programação dos cinemas.

Já escrevi um texto sobre alimentação anteriormente aqui no blog, tem tudo a ver com esse assunto. Para quem ainda não leu e tiver interesse clique aqui.